
As cidades que têm um rendimento familiar mais elevado são, por devidos fatores, consideradas as mais atrativas para se viver. As duas principais cidades do país, Lisboa e Porto, integram este lote. Esta é uma das conclusões a retirar do Relatório Anual do Mercado Residencial 2020 Portugal, publicado recentemente pelo idealista e baseado em dados do INE, da Pordata, do IEFP e do idealista/data.
Vamos por partes: em 2019, o rendimento familiar médio em Portugal situava-se em 26.170 euros (€) líquidos, sendo que há, como é expectável, grandes divergências consoante as diferentes zonas do país, estando “a riqueza concentrada em poucos distritos”. “As regiões do interior no geral é onde o rendimento familiar é mais baixo, sobressaindo aqui uma clara divisão entre as regiões do litoral e do interior”, lê-se no documento.
As capitais de distrito onde o rendimento familiar médio é maior – superior a 26.170 €, a média nacional – são, por esta ordem, Lisboa (37.979 €), Funchal (36.678 €), Faro (33.087 €), Porto (32.818 €), Vila Real (32.016 €), Viana do Castelo (30.445 €), Ponta Delgada (28.922 €) e Braga (28.652 €).
Por outro lado, Porto e Lisboa são as capitais de distrito onde a taxa de desemprego é também maior: 11,3% e 10,4%, respetivamente, segundo dados relativos a janeiro de 2021, ou seja, já em plena pandemia da Covid-19. Setúbal, Vila Real e Faro, por esta ordem, completam o top cinco.
O Relatório Anual do Mercado Residencial 2020 Portugal permite então concluir que, conforme referido em cima, as cidades que têm um rendimento familiar mais elevado são mais atrativas para a população, isto apesar de terem uma taxa de desemprego mais elevada. Segundo o relatório, é possível agrupar as cidades/capitais de distrito em quatro categorias: Atrativas, Dinâmicas, Estáveis e Retardatárias.

Cidades mais atrativas para viver são as “que registam um aumento da população superior à média nacional, mas que estão caracterizadas por uma taxa de desemprego alta”. “São consideradas zonas atrativas. Apenas temos duas cidades que se enquadram nestas características: Porto e Lisboa, que apresentam os valores de rendimento familiar e taxas de desemprego também altas (…)”, lê-se no relatório.
No que diz respeito às capitais de distrito classificadas como Dinâmicas, “a sua população cresce mais rapidamente que a média nacional e as suas taxas de desemprego são inferiores à média nacional”. “Tratam-se de focos de atração da população e a sua capacidade de gerar emprego. Entre as capitais de distrito destaca-se Aveiro (com a maior taxa de variação de população)”, refere o relatório.
Já as capitais de distrito Estáveis são “economicamente ativas”, têm “taxas de desemprego abaixo da média nacional”, mas “continuam a perder população”, como por exemplo Portalegre.
Por fim, as capitais de distrito consideradas Retardatárias são as que “perdem população relativamente à média, e ao mesmo tempo registam taxas de desemprego altas”. “Destaca-se Setúbal com uma das maiores perdas de população juntamente com uma das maiores taxas de desemprego”.
Fonte: Idealista.pt
29 de Março de 2021.